terça-feira, 20 de setembro de 2016

O Velório de uma fada poeta, uma fada quase humana

O Velório de uma fada poeta, uma fada quase humana
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A fada que é quase gente, colocou algumas palavras em sua página, de uma rede social. Algumas palavras que precisavam ser digeridas e melhor interpretadas. Talvez degustadas.
Uma fada descreve seus desejos, que a poesia seja constante em seu velório. Deixando uma dúvida, de ser seu último pedido ou seu último desejo. Um velório com poesia, vinhos e queijos.

A fada poeta descreve um desejo, um velório cheio de prosa e poesia. As poesias que surgem dos arranjos de palavras. Os vinhos que surgem do pisar das uvas. E os queijos que surgem do leite talhado. De um único elemento, surge uma diversidade de produtos: palavras, uvas e leite; poesia, vinhos e queijos.

Das mesmas uvas podem surgir vinhos diferentes, pelos lugares que foram as uvas plantadas, pelos pés que as pisaram. E pelos barris que descansaram. Do mesmo acontece com o leite, podem surgir queijos diferentes, pelos lugares que já foram pastos para os animais; pelas mãos que foram ordenhados, pelas mãos que o prepararam. E pelas prateleiras que descansaram. E assim são as palavras que formam as poesias. As mesmas palavras existentes podem ser escolhidas e colhidas por poetas diferentes, maturadas em diversas mentes. E pelos papéis e gavetas, prateleiras onde descansam, maturam para chegar em outras mentes.

Depois de preparados cada um requer uma embalagem para ser transportado. Uma garrafa, uma caixa ou uma lata; e um livro. E estarão sempre prontos para serem abertos e degustados.

Todos precisam de embalagem para serem transportados até seus degustadores. Preparam-se para outros sabores e outras vidas. Alguém estará aguardando e prestes a degustá-los. Pousados e guardados sobre uma mesa, em uma gaveta, uma cova rasa ou em uma cova funda. Vasos, copos, pratos e taças, dispostos para servi-los; de prata, de louça ou fúnebres.

Assim como o cadáver, os vinhos e os queijos, também fermentam. E da mesma forma as poesias e as letras, bastam acrescentar novas letras e um pouco de fermento, ou coalho, a imaginação, para que tomem novas formas e novas vidas.

A fada com seus desejos a princípio absurdos, e um tanto macabros, parece ter descoberto uma essência, que circula  no corpo e na alma, nos vinhos e nos queijos, Vinhos e queijos tal como a poesia...

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